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Processos Pedagógicos em E-Learning – Reflexão Final

March 18, 2012

O presente post, surge como resultado do último desafio proposto pelo Profº José Mota, docente da Unidade Curicular de Processos Pedagógicos em E-LEarning: Elaborar uma reflexão sobre a experiência de aprendizagem realizada ao longo do semestre.

Não posso iniciar esta breve reflexão sem primeiro revelar que as expectativas que tinha face a esta Unidade Curricular e aos conteúdos a abordar eram elevadas.

Sentia que a nível teórico ia ter com certeza uma oportunidade de aprofundar os parcos conhecimentos que possuía sobre a temática, mas pairava a curiosidade de como adquiriríamos o “know how” prático, necessário a uma adequada aplicação dos conceitos metodológicos em estudo.

Das experiências de aprendizagem anteriormente realizadas na Unidade Curricular ministrada pelo Prof. José Mota (Materiais e Recursos para E-Learning), ficava a certeza de que não ficaríamos apenas pelos conceitos teóricos, e colocaríamos “mãos à obra”.

Iniciámos a Unidade com a análise e discussão do Contrato de Aprendizagem, e uma vez aprovados os conteúdos, metodologias a utilizar, prazos de realização das actividades e avaliação das mesmas, prosseguimos para a primeira temática em destaque : A Pedagogia do E-Learning.

A primeira actividade proposta, 1A, consistia na elaboração e publicação de dois posts no blog, o primeiro relativo à Pedagogia do E-Learning e o segundo ao papel do professor em contexto online.

Através da elaboração do primeiro post e aludindo ao mesmo de forma sumária, podemos referir que: “A análise da evolução dos modelos pedagógicos associados ao ensino a distância e em particular ao e-learning, ajudam-nos a compreender a interligação entre os pressupostos pedagógicos e o desenvolvimento tecnológico. Cientes das potencialidades que representa consideramos que a tecnologia não deverá assumir um carácter determinista mas sim ser o potenciador de novas práticas que conduzam a aprendizagens eficazes e completas. 

A preparação dos professores e tutores para a constante evolução é fundamental, sendo essencial que possuam um espírito de abertura e de adaptação a novas realidades onde não só ensinam como também aprendem. Estes novos desafios reflectem-se também no papel assumido pelo estudante que assume cada vez mais uma posição participativa na construção das suas aprendizagens e do seu percurso formativo, sendo simultaneamente receptor e produtor de conteúdos.”

Decorrente das necessidades específicas deste tipo de ensino, o professor online é uma peça fundamental no processo, sendo que o seu perfil deverá ter também este carácter único apresentando “uma postura de resiliência, capacidade de adaptação, inovação e perseverança transmitindo a confiança necessária.Utilizando os diversos recursos tecnológicos de que dispõe o professor online é também responsável pela construção do processo de ensino-aprendizagem em ambiente virtual.”

Devo confessar que embora sendo uma actividade maioritariamente teórica de análise e reflexão, foi uma experiência enriquecedora e agradável, e os conhecimentos adquiridos revelaram-se fulcrais para a realização da componente mais prática que se seguiu. No decorrer das pesquisas realizadas, um factor parecia ser dominante nas práticas pedagógicas em e-learning: o papel do estudante enquanto promotor da sua própria aprendizagem, e a influência que o seu ambiente pessoal de aprendizagem assume neste processo.

Assim, a Actividade 1 B, exigiu que aprofundássemos essa vertente, através da publicação de uma bibliografia anotada, com referências que considerássemos relevantes. Considero que os artigos escolhidos, contribuíram para alargar o foco da discussão. Relembrando a primeira escolha, Envisioning the Post-LMS Era: The Open Learning Network, “O artigo pretende de uma forma clara propor uma nova abordagem que una as principais vantagens dos LMS’s e dos PLE’s possibilitados pela utilização e agregação de recursos e ferramentas disponíveis na Web.”  De certa forma na mesma linha, comparando os PLE’s com os VLE’s o segundo artigo Personal Learning Environments: Challenging the dominant design of educational systems“Induz-nos à exploração de outros artigos e recursos em torno da temática abordada, especialmente pelos desafios que coloca aos modelos vigentes e pelas possibilidades que revela enquanto suporte de uma aprendizagem mais aberta, informal e a decorrer ao longo da vida.”

A tarefa, de componente “prática” que se seguiu, construção do nosso PLE, foi sem dúvida facilitada pela análise bibliográfica já realizada, pela elaboração da bibliografia anotada, mas também pelas discussões que ocorreram no fórum de discussão da actividade e dos tweets trocados na hashtag #ppel.

Este processo de construção exigiu sem dúvida um forte trabalho reflexivo e de selecção das ferramentas e instrumentos que utilizamos no nosso processo de aprendizagem. Tendo como referência a frequência do MPEL “Decidi representar o meu PLE, focando-me nos ambientes e ferramentas que diariamente utilizo e perfazem o meu ambiente de aprendizagem no contexto em que me encontro, de frequência do Mestrado. A forma escolhida para organizar o meu PLE tem em conta dois ambientes Online e Oflline. Embora o último esteja neste contexto indubitavelmente associado ao primeiro não quis deixar de lhe fazer referência enquanto “backoffice” que suporta as actividades online.” A representação  do PLE não ficaria completa sem a fundamentação das escolhas realizadas e a importância assumida por cada uma das “ferramenta” incluídas, e foi com satisfação que conclui que “é com naturalidade e satisfação que vejo o meu PLE crescer diariamente. A cada uma das categorias representadas vão se juntando muitas outra ferramentas que enriquecem e rentabilizam a minha forma de aprender.”

A introdução da Temática 2, trouxe consigo a reflexão para o outro lado do processo. A atenção estava agora centrada nas práticas pedagógicas online e no papel que o e-formador desempenha neste processo.

A planificação e a realização da entrevista que deu origem à elaboração do artigo foi sem dúvida um processo moroso e nem sempre fácil. Embora a planificação tenha recebido desde logo aprovação positiva por parte do docente da Unidade Curricular, colocá-la em prática obrigou a uma articulação de disponibilidades com o entrevistado que se desejaria ter decorrido de forma mais célere. No entanto, considero que a entrevista, realizada, de  forma semi-estruturada, gravada via Skype atingiu os objectivos propostos no guião e permitiu recolher dados importantes para a elaboração do artigo.

O processo de escrita do artigo, embora tendo como linha orientadora a análise da entrevista realizada, foi complementado com bibliografia relevante, que permitiu um suporte teórico fundamental. O balanço que faço da realização da Actividade é sem dúvida positivo, permitiu compreender como certos conceitos estudados se aplicam realmente no “terreno” e que dificuldades e desafios enfrentam os professores envolvidos nesta modalidade de ensino. Como único ponto negativo, destaco apenas o aparecimento de factores externos que condicionaram a realização da actividade no prazo estipulado. O Guião da entrevista, a entrevista e o artigo final poderão ser consultados na Wiki criada para o efeito.

Toda esta “bagagem”, acumulada ao longo do processo foi factor chave para a temática final, Desenho da Aprendizagem Online, em que fomos convidados a planificar e colocar em prática o desenho de um curso online. A temática escolhida está intimamente relacionada com a minha prática profissional, decorrente da necessidade formativa que sinto no terreno. As sugestões de restruturação propostas pelo Prof. José Mota ao projecto apresentado foram fundamentais para a restruturação e obtenção do resultado final.

Implementado na plataforma Free Moodle, o curso desenhado procura de uma forma realista dar resposta às necessidades formativas do público-alvo, seguindo pressupostos e metodologias adequadas ao correcto funcionamento de um curso em E-Learning. O curso, juntamente com a devida planificação e fundamentação pedagógica pode ser acedido através da Wiki criada para o efeito.

Factor comum a todas as actividades desenvolvidas na Unidade Curricular foi a constante necessidade de dedicação e empenho, dado o número de horas de trabalho que as mesmas exigiam. Nomeadamente a construção do curso, revelou-se um processo bastante moroso, mas julgo que o resultado final se encontra apelativo, indo ao encontro do que seria pretendido. Os contratempos que surgiram ao longo de todo o semestre foram os principais inimigos de um percurso que poderia ter sido ainda mais risonho.

Destaco a dedicação, compreensão e amizade com que o Prof. José Mota conduziu a Unidade Curricular, assumindo o exemplo do que poderá ser considerado o modelo de um professor online. Sem o seu pronto feedback e perspicaz ajuda, a conclusão deste processo não teria sido possível.

Para concluir, resta-me afirmar que a forma como a Unidade Curricular foi estruturada e conduzida, assumirá com toda a certeza um profundo impacto na realização deste Mestrado. Considero os temas abordados e actividades propostas, factores fundamentais para uma correcta intervenção enquanto futuros profissionais e investigadores do E-Learning.

QR codes – Reflexão

December 5, 2011

Os códigos QR conduzem de forma fácil os utilizadores à informação. Através de um descodificador instalado num dispositivo móvel os estudantes poderão facilmente descodificar a informação “escondida” no código.

Desenvolvido por uma empresa japonesa com fins comerciais, este tipo de codificação bidimensional. Devido à sua imensa capacidade de armazenamento e ao rápido poder de resposta, facilmente se tornou alvo de outras finalidades, começando a ser utilizada nomeadamente com propósitos educativos.

É crescente a sua utilização em ambientes educativos, nomeadamente associada à disseminação o mobile-learning, contribuindo para a promoção da contextualização das aprendizagens.

Através da mensagem codificada, professores e estudantes poderão colocar links para blogs, sites de interesse, imagens, conteúdos complementares à aprendizagem e até a própria avaliação!

Remetendo para a utilização deste tipo de codificação na Unidade Curricular de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, dou como positiva a experiência reforçando ainda mais as potencialidades da aprendizagem móvel.

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Bibliografia Anotada II – Personal Learning Environments: Challenging the dominant design of educational systems

November 22, 2011
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Personal Learning Environments: Challenging the dominant design of educational systems
Wilson, S., Liber, O., Johnson, M., & Beauvoir, P. (2007). Personal Learning Environments: Challenging the dominant design of educational systems. Journal of e-Learning and Knowledge Society. Disponível em http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/summary?doi=10.1.1.107.3816

Descrição
Considerando os VLE (Virtual Learning Environment’s) como ambientes dominantes, o autor argumenta não possuírem as características necessárias para um suporte à aprendizagem ao longo da vida e grande capacidade de  personalização.
São então apresentadas as  características dos VLE’s vigentes e seguidamente apresentado um modelo alternativo que visa colmatar eventuais falhas dos VLE’s devido às suas características mais rígidas.
A apresentação dos PLE’s como tendo a capacidade de alterar este paradigma, é defendida com recurso à descrição das suas principais vantagens para os processos de ensino-aprendizagem, nomeadamente permitir uma visão mais pessoal e individualizada e em simultâneo uma maior troca de informação e de utilização, mistura e publicação de recursos e materiais existentes, como resultado do maior número de conexões estabelecidas.
Por fim são apresentadas as estratégias de implementação destes ambientes, bem como os desafios que lhe estão associados.

Avaliação
Num campo de estudo em constante mutação, o presente artigo, embora datando de 2007, continua atual nos princípios que apresenta, nomeadamente nas vantagens atribuídas aos PLE’s.
Estabelecendo uma comparação com os VLE’s dominantes, a sua leitura é pertinente. Induz-nos à exploração de outros artigos e recursos em torno da temática abordada, especialmente pelos desafios que coloca aos modelos vigentes e pelas possibilidades que revela enquanto suporte de uma aprendizagem mais aberta, informal e a decorrer ao longo da vida.

Bibliografia Anotada I – Envisioning the Post-LMS Era: The Open Learning Network

November 22, 2011
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Envisioning the Post-LMS Era: The Open Learning Network
Mott, J. (2010). Envisioning the Post-LMS Era: The Open Learning Network, Volume 33, Number 1, EDUCAUSE Quarterly (EQ) Disponível em http://www.educause.edu/EDUCAUSE+Quarterly/EDUCAUSEQuarterlyMagazineVolum/EnvisioningthePostLMSEraTheOpe/199389

Descrição
É feita uma primeira análise aos propósitos e utilização dos LMS’s (Learning Management Systems) e à forma como se encontram enraizados nos diversos ramos de negócio e instituições de ensino.
Embora implementados a uma escala global, estes sistemas são hoje confrontados com o desejo que professores, estudantes e investigadores sentem em procurar soluções disponíveis na Web que melhor satisfaçam as suas necessidades formativas e que visam obter um nível de flexibilidade não encontrado nos LMS’s que utilizam. Esta agregação de ferramentas leva à construção de PLE (Person Learning Environments). Analisando e comparando os pontos fortes e as fraquezas de cada um deles o autor sugere então a união das duas vertentes na criação de OLN (Open Learning Networks) que absorvam as caraterísticas que melhor suportam cada um dos sistemas.
O artigo, propõe então uma estrutura de como estas potencialidades poderão ser agregadas, dando ainda o exemplo de uma instituição de ensino superior e dos primeiros passos dados no desenvolvimento de uma OLN.

Avaliação
O artigo pretende de uma forma clara propor uma nova abordagem que una as principais vantagens dos LMS’s e dos PLE’s possibilitados pela utilização e agregação de recursos e ferramentas disponíveis na Web.
A este modelo o autor atribui a designação de OLN e representa de forma clara como deverá ser desenhada a sua estrutura. As dificuldades em estandardizar os PLE’s por forma a serem adoptados em modelos de ensino-aprendizagem mais formais e o caráter de maior rigidez dos LMS’s leva a que as OLN’s complementem o espaço entre os dois sistemas.
A visão apresentada é bastante interessante e bem organizada, sendo que ficamos com uma ideia clara da sua aplicabilidade através do projecto em fase experimental a ser desenvolvido pela Brigham Young University.

PLE-Personal Learning Environment

November 19, 2011
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Como se organiza o meu PLE?

Decidi representar o meu PLE, focando-me nos ambientes e ferramentas que diariamente utilizo e perfazem o meu ambiente de aprendizagem no contexto em que me encontro, de frequência do Mestrado. A forma escolhida para organizar o meu PLE tem em conta dois ambientes Online e Oflline. Embora o último esteja neste contexto indubitavelmente associado ao primeiro não quis deixar de lhe fazer referência enquanto “backoffice” que suporta as actividades online.

Para isso, utilizo diariamente o meu MacBook com o Sistema operativo OX Linon e o PC do local de trabalho com o Windows 7.  Em modo offline utilizo as ferramentas edição que me auxiliam na elaboração de alguns dos conteúdos disponibilizados no curso. Os processadores de texto, Word e Editor de Texto são fiundamentais na proução de trabalho escrito, em especial este último que permite minimizar os problemas de formatação quando copio o texto para a ferramenta online a utilizar. Embora muito do trabalho e pesquisa ocorra online, os livros em formato físico ou em pdf continuam a ser auxiliares fundamentais ao longo de todo o processo de estudo.

Na óptica de Attwell (2007) o PLE é constituído pelo conjunto das diferentes ferramentas que diariamente utilizamos na nossa aprendizagem, sendo que face ao paradigma actual muitas destas ferramentas se baseiam no software social, cujas potencialidades de partilha, comunicação e conexão em rede são privilegiadas, permitindo que a tecnologia se adapte ao ambiente requerido.

Assim sendo, e fazendo uso dos meus mesmos dispostitivos e respectivos sistemas operativos, o trabalho de pesquisa online (Search) inicia-se no Web Browser. Preferencialmente utilizo o Mozilla Firefox e o Safari, pelo grau de compatibilidade com as aplicações em uso e com o sistema operativo instalado. É a partir do browser e dos motores de busca, preferencialmente o Google que o trabalho de pesquisa se inicia.

Atendendo à análise e reflexão feita sobre a temática, embora a distinção seja feita entre os LMS’s e o PLE’s, não posso deixar de incluir o Moodle utilizado para a frequência deste  mestrado nesta definição do meu ambiente pessoa
Grande parte do MPEL decorre no LMS Moodle, não se cingindo no entanto a ele. É extremamente positivo o incentivo por parte da comunidade MPELiana à utilização de novos ambientes e ferramentas que complementem e enriquecam a experiência de utilização da plataforma. Muitas das ferramentas que constituem o meu PLE foram descobertas na partilha de informação e de experiências que decorrem nos fóruns das diversas UC’s.

Utilizo diariamente o Google Talk, o Skype e o Facebook como ferramentas de comunicação e Socialização (Communication/Socialization). Antes de iniciar o mestrado, já estava registado no Skype e Second Life, no entanto admito nunca lhes ter dado a devida atenção e aplicabilidade prática. Reconheço que o módulo de ambientação e a Unidade Curricular de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, muito contribuíram para que alterasse a minha forma de encarar e utilizar estas ferramentas, especialmente o Twitter.

Foi graças à constante partilha no Twitter que descobri o paper.li, um agregador de conteúdos (Content Agregator) que sobre a forma de um jornal online compila os conteúdos das categorias que defino.

O trabalho colaborativo (Collaboration)  tem sido uma constante na frequência do mestrado. A utilização de Wikis é por isso uma prática recorrente face ás potencialidades de trabalho colaborativo e edição simultânea que possuiem. Os artigos  e material pesquisado e partilhado são facilmente consultados graças às ferramentas de Social Bookmarking como o Diigo, por exemplo.

O blog da WordPress, o Sophia e o Prezi são ferramentas fundamentais para a publicação (Publish) dos conteúdos produzidos, sendo a sua seleção adequada ao intuito do material a apresentar.

Recentemente, e no âmbito da Unidade Curricular de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, comecei a utilizar o telemóvel para a realização de atividades curriculares. Como facilitador desa tarefa, tenho instalado no dispositivo o browser Opera-Mini.

Importante referir o circuito bidireccional que todas estas ferramentas representam. Para além de recetor, torno-me cada vez mais num produtor de conteúdos, fator que contribui satisfatoriamente para a minha aprendizagem individual.

Encontrando-me a frequentar o Mestrado em Pedagogia do E-Learning é com naturalidade e satisfação que vejo o meu PLE crescer diariamente. A cada uma das categorias representadas vão se juntando muitas outra ferramentas que enriquecem e rentabilizam a minha forma de aprender.

Referências

Attwell, Graham (2007). The Personal Learning Environments – the future of eLearning? eLearning Papers, vol. 2 no. 1. ISSN 1887-1542

etapas

November 7, 2011

etapas

Os desafios do Professor Online

November 3, 2011
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A constante evolução tecnológica traz à educação, aos sistemas e agentes educativos novos desafios e inevitavelmente novas formas de ensinar e aprender.
Debruçando a nossa atenção no ensino a distância e especificamente no ensino online, onde a referida componente tecnológica assume um papel crucial não poderemos ficar indiferentes à forma como os agentes envolvidos se reposicionam adaptam e melhoram práticas com o objectivo final de metodologias de ensino mais eficazes e profícuas.

É interessante compreender o tipo de modelos existentes quando falamos em ensino online. Duart & Sangrà, (1999) em Morgado (2001) propõe-nos três modelos de práticas correntes em contextos online.

Modelos mais centrados no Professor e no processo de ensino em si. As técnicas e estratégias são transpostas do ensino presencial para a realidade online com recurso às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação e os métodos do ensino utilizados baseiam-se na transmissão da informação.

Modelos mais centrados na Tecnologia, em que as ferramentas tecnológicas adaptadas assumem um papel de destaque, remetendo para segundo plano o papel do professor e do aluno, em que o primeiro é o fornecedor do conhecimento e o segundo o mero receptor, estando a transmissão do mesmo a cabo da tecnologia utilizada.

Os Modelos mais centrados no Estudante, focam-se mais na figura central do estudante e remetem-nos para os ambientes de autoformação e autoaprendizagem em que é dada especial atenção ao papel do estudante no seu processo de aprendizagem.

Gradualmente as práticas de ensino vão sendo alteradas por forma a responderem às necessidades específicas do ambiente em que são praticadas e à população-alvo a que se referem. Especificamente em ambientes online, é importante que haja um equilíbrio entre os agentes educativos e a tecnologia que suporta o processo em si.

Será o papel do professor presencial tão distinto daquele que desempenha o professor em contexto online? Anderson (2008) refere que ensinar e aprender em ambiente online é em muito semelhante ao ensino-aprendizagem realizado noutro qualquer contexto de educação formal. As necessidades dos alunos são avaliadas, o conteúdo é negociado, as atividades educativas são orientadas e a aprendizagem é avaliada.

Que qualidades deverá então possuir um e-professor? Antes de mais, e como o autor sugere um excelente e-professor tem de ser acima de tudo um excelente professor. Deverá ter a capacidade de se relacionar com os seus alunos, possuir um grau de conhecimento confortável no seu domínio de ação, competências que permitam a compreensão do processo de aprendizagem e um rol de ferramentas e de atividades de aprendizagem que possibilitem a motivação e a condução a uma aprendizagem eficaz.

Estando a operar em contexto online, é imprescindível que possua um domínio técnico dos ambientes em que desenvolve a sua atividade. Não se espera que seja um expert a nível tecnológico, no entanto deverá possuir as competências necessárias a uma navegação segura com contributos favoráveis para o contexto em que se insere transmitindo uma ideia de confiança e sendo capaz de reagir eficazmente a pequenos problemas que apareçam procurando uma solução célere e eficiente.

O modelo conceptual desenvolvido por Garrison, Anderson and Archer (2000) em Anderson (2008), denominado de “comunidade de inquirição” postula que as aprendizagens eficazes estão intimamente relacionadas com diferentes níveis de três tipos de presenças: A Presença Cognitiva, associada a um ambiente que suporte uma aprendizagem em torno de um crescente espírito crítico, a Presença Social  que pressupõe que os intervenientes se sintam num ambiente confortável onde o trabalho colaborativo e em equipa é privilegiado e no caso do ensino formal a Presença de Ensino em que o professor tem o papel fundamental de desenhar, organizar e gerir a experiência de aprendizagem, antes, depois e durante o estabelecimento da comunidade de aprendizagem.

A implementação e desenvolvimento das atividades,  o papel de moderador dentro do grupo, e especialmente a criação deste tipo de presença de ensino embora assumidos pelo professor poderão nalguns casos ser também assumidos pelos alunos que formam a comunidade.

O formador online deverá ser capaz de desenhar e organizar um contexto de aprendizagem que seja apropriado às necessidades dos estudantes, competências do professor, objectivos da aprendizagem e do programa de estudo. O desafio reside então numa correta mistura de todos estes ingredientes numa conjuntura atual em que os constrangimentos financeiros são tão visíveis (Anderson, 2008)

O papel desempenhado pelo professor enquanto facilitador ganha uma dimensão ainda de maior destaque à luz das mais recentes teorias de aprendizagem. Segundo as perspectivas conetivistas que privilegiam a criação e manutenção de redes, o professor ao invés de uma posição de controlo, revela a sua influência enquanto o elo que, respeitando a individualidade dos estudantes, os conduz a interpretações complexas e profundas do assunto em estudo.

Em suma…

O professor online ao longo do processo de criação e adopção de novos contextos e ferramentas deverá apresentar uma postura de resiliência, capacidade de adaptação, inovação e perseverança transmitindo a confiança necessária.Utilizando os diversos recursos tecnológicos de que dispõe o professor online é também responsável pela construção do processo de ensino-aprendizagem em ambiente virtual.

Reside sobre si a expectativa de conseguir criar um ambiente favorável à construção do conhecimento através da partilha de informação e de uma reflexão conjunta que conduza simultaneamente a um processo de autonomia de cada interveniente mas também de cooperação. O foco está assim no processo de comunicação e de que como o professor é capaz e estimular esse processo. É necessário que possua uma rede de saberes que permita a interação e troca de informação que conduz à construção do conhecimento.

 

Referências

Anderson T.(2008). Teaching in an Online Learning Context. In Anderson, Terry (Ed), Theory and Practice of Online Learning. Athabasca University: Au Press (2ª Ed.) Disponivel em: http://www.aupress.ca/books/120146/ebook/14_Anderson_2008Theory_and_Practice_of_Online_Learning.pdf

Couros, A. (2010). Theaching & Learning in a Networked World. Keynote na conferência Quest 2010 [Video e Slides]. Open Thinking. Disponível em: http://educationaltechnology.ca/couros/1890 Downes, S. (2005). e-Learning 2.0.eLearn Magazine. Disponível em: http://elearnmag.acm.org/featured.cfm?aid=1104968#body-1

Morgado, L. (2001). O papel do professor em contextos de ensino online: Problemas e Virtualidades. Discursos. III Série, n.º especial, pp.125-138. Universidade Aberta. Disponível em: http://www.univ-ab.pt/~lmorgado/Documentos/tutoria.pdf

Paloff, R. & Pratt, K. (2010). The Excellent Online Instructor [Podcast]. Online Teaching and Learning. Disponível em: http://www.onlineteachingandlearning.com/podcast-palloff-pratt/

Simens, G. (2010). Teaching in Social and Technological Networks. Connectivism. Disponível em: http://www.connectivism.ca/?p=220

Twitter-4th and Final Step

November 1, 2011

Volta ao Twitter

Corria o ano de 1972 e Phileas Fogg,membro do Reform club de Londres,homem metódico e singular, aposta ser capaz de dar uma volta ao mundo em 80 dias, façanha que se afigura impossível, mas que o inglês após mil e um aventuras concretiza, cumprindo a sua aposta. Não foram 80 os dias de que dispusémos para dar a volta ao Twitter, no entanto também como no romance de Júlio Verne foram muitas as aventuras que ultrapassámos ao longo destas 4 semanas.
Desde o inicio afirmei não ser um utilizador do twitter, talvez por ingenuidade, desconhecimento ou simples falta de atenção.
A conta já criada, estava praticamente inutilizada. Sinto que em pouco tempo algo mudou. Compreendi a forma de utilização da ferramenta através do dominio dos comandos e nomenclaturas a que obriga, muito graças às dicas dos colegas, professores e manuais sugeridos, mas sei que o meu percurso no Twitter não termina nem deverá terminar aqui.
Inicialmente senti-me perdido, não conseguia acompanhar toda a informação disponibilizada, o que me preocupava porque sei que muita dela era realmente interessante.

Twitter, mais rápido do que um tremor de terra?

A velocidade a     que decorre esta troca de informação torna dificil acompanharmos tudo aquilo que queremos seguir, mas graças ás hashtags ou à criação de listas torna-se mais fácil acompanharmos aqueles que mais vão ao encontro dos nossos interesses e cuja informação e material disponibilizado mais se enquadra naquilo que procuramos.

O mote lançado pelo slogan “what’s happening?” remete-nos sempre para a questão do overload de informação, no entanto seguir aqueles que mais influenciam a nossa área de interesse permite-nos ter acesso a recursos que de outra forma provavelmente não teríamos. No decorrer desta semana e por intermédio de um dos colegas pude assistir em direto a uma conferência online de George Siemens.
Considero que a utilização ideal do twitter, requer uma periodicidade e frequência que nem sempre são fáceis de conciliar. É necessária uma habituação ao facto de estarmos “sempre ligados” fazendo com que o twitter acompanhe o nosso trabalho diário. Confesso que este é o ponto que tenho de superar, mas reconheço sem dúvida a sua utilidade e pertinência, particularmente no âmbito de utilização profissional em que procurou ser explorado.
Esta habituação de que falo poderá ser facilitada pelo facto do twitter permitir uma ligação com outras ferramentas colaborativas que diariamente utilizamos como o diigo, o facebook, ou o blog, fazendo com que a utilização de cada uma destas,  não seja única mas conjunta. Estas 4 semanas permitiram dar os primeiros passos, que não serão com certeza os últimos, de uma caminhada que se quer longa e proveitosa. Que continuemos a nossa volta ao twitter!

Recursos:

http://www.flickr.com/photos/hills_alive/5000224243/sizes/z/in/photostream/

http://slideshare.net/minxuan/how-twitter-changed-my-life-presentation

http://youtube.com/watch?v=ug-vjWEKBGg

Twitter – 3th Step

October 25, 2011

A terceira semana de utilização do twitter no contexto da unidade curricular de AVA não correu como desejado.
Limitações de acesso que se mantiveram até ao final da semana, não permitiram um acesso constante e participativo como desejado. No entanto, em “backoffice” as ferramentas propostas foram sendo exploradas.

O Klout permite “medir” o nível de influência dos utilizadores twitter. É interessante perceber como certos utilizadores apresentam níveis de influência distintos, servindo também de estímulo a que a nossa participação activa e pertinente faça aumentar o nosso grau de influência enquanto utilizadores Twitter.
A conjugação do Diigo e Packrati com o Twitter permitem uma troca e partilha de bookmarks que contribuem para a seleccção e organização de links relevantes.

O ponto alto da semana, foi sem dúvida o último, que coincidiu com a conferência MyMPEL. Refiro-me a este como o ponto de destaque, porque antes de mais, foi o dia em que tive melhor possibilidade de acesso ao Twitter e principalmente porque foi o momento em que melhor me apercebi das suas reais possibilidades.

A utilização como Backchannel foi muito bem conseguida, permitindo um acompanhamento da conferência em que participámos como intervenientes enquanto assistíamos à apresentação dos professores e colegas.
Os tweets postados realçaram momentos de destaque das comunicações bem como permitiram uma fluída troca de ideias entre toda a assistência.
Ao longo da 4ª semana vou procurar aprofundar um pouco melhor o que infelizmente não pude fazer da semana que passou.

Pedagogia do E-learning – A evolução

October 18, 2011

Uma reflexão sobre as teorias e práticas pedagógicas associadas ao ensino a distância remete-nos para as suas origens e a forma como evoluiu ao longo do tempo.
Observando as formas pioneiras de ensino a distância constantamos que, a base teórica do ensino a distância surgiu da hipótese que era possível ensinar e aprender sem que houvesse um contacto face a face entre professor e estudante. Holmberg (2005)

O ensino a distância evoluiu então do sistema utilizado para alcançar aqueles que de outra forma estariam privados no acesso à educação para um tipo de educação praticado mundialmente com diversos propósitos e finalidades, suportado por instituições com elevado grau de credibilidade como Universidades e empresas dedicadas ao ensino e formação.
Desde o ensino por correspondência aos intrincados sistemas em rede a que estamos ligados diariamente surgiram teorias que foram sofrendo evoluções ao longo do tempo. Como consequência também os modelos pedagógicos se alteraram. Como refere Conole “os modelos pedagógicos estão usulamente alinhados com uma determinada abordagem pedagógica ou teoria de aprendizagem.”
Não podemos colocar de parte a relação existente entre a evolução tecnológica e as práticas pedagógicas possibilitadas pela evolução e desenvolvimento de novas ferramentas que suportam o processo de ensino-aprendizagem.
As práticas pedagógicas poderão também ser influenciadas pelas possibilidades delineadas por determinado sistema, adaptando-se obrigatoriamente a ele. Como refere Anderson “A disponibilidade de tecnologias para suportar diferentes modelos de ensino influencia fortemente o tipo de modelo que pode ser desenvolvido”
Anderson situa as pedagogias de ensino a distância em três gerações ordenadas pelo seguimento cronológico do seu aparecimento/utilização.
– Cognitivo-Behaviorismo
– Sócio Construtivismo
– Conectivismo
O Cognitivo-Behaviorismo centra-se maioritariamente na aquisição directa do conhecimento, nas aprendizagens com resultados capazes de serem medidos e observados, na alteração de comportamento.
Trata-se de uma abordagem em que há um grande enfoque, acima de tudo no processo de ensino, considerando-se que o processo de aprendizagem se encontra relativamente a este, bastante dependente.
Necessita de uma orientação e acompanhamento elevado, com uma boa estruturação de objectivos e avaliação de desempenho.
Esta abordagem define a primeira fase do ensino independente a distância mas que continua a ter utilidade especialmente em programas de treino ou de formação em larga escala em que a aprendizagem é orientada ao conteúdo.
O Sócio-Construtivismo coloca ênfase na importância da comunicação e da interacção para as aprendizagens.
Remete-nos para a componente social de aprendizagem e para a interferência que as aprendizagens já adquiridas poderão assumir nas novas aprendizagens. A aprendizagem é um processo activo e o contexto em que é desenvolvido tem um papel preponderante. O professor é visto então como um guia que ao invés de emitir directrizes rígidas serve de facilitador das aprendizagens.
No ensino a distância estas práticas pedagógicas foram reforçadas com o aparecimento de tecnologia que aumenta as capacidades de comunicação entre os diversos agentes educativos, nomeadamente com o aparecimento e disseminação da internet (Anderson, 2011).
O Conectivismo, encarado por uns e refutado por outros como sendo a nova teoria de ensino a distância é a mais recente geração da pedagogia aplicada ao ensino a distãncia.
Tendo como percursores George Siemens e Stephen Downes, esta visão, nascida na sequência da evolução recente dos sistemas e tecnologias em rede, assume que o conhecimento e aprendizagem decorrem da construção e manutenção de conexões em rede.
Não se pretende que toda a informação transacionada seja memorizada, mas sim que cada aprendente tenha a capacidade de seleccionar e filtrar os elementos necessários à construção do seu conhecimento.
Assume-se no entanto que o estudante tenha a capacidade de acesso a estas complexas redes de informação e que para além de consumidor dos conteúdos disponíveis, seja ele próprio criador e participante na partilha e disseminação de recursos acessíveis à rede.
No conectivismo o ponto de partida do proceso de aprendizagem ocorre quando o aprendente conecta e fornece informação numa comunidade de aprendizagem. (Kop and Hill, 2008)
Ainda segundo os autores, para o modelo conectivista, uma comunidade é descrita como um nó que está integrado numa rede ainda maior. A rede e a interligação de dois ou mais nós interligados que permite a partilha de recursos armazenados sob diversos tipos de formato digital
Devido à constante renovação de informação o aprendente deverá ter a capacidade de lidar com essa mudança assumindo um papel activo nessa renovação e redistribuição da informação recebida. Segundo Siemens (2004), deverá ainda ser capaz de estabelecer ligações em campos que por vezes não se encontram interligados.
Novas interacçoes e aprendizagens tomam lugar. Graças à capacidade de partilha de conhecimentos entre experts e inexperientes, o acesso global a recursos e a possibilidade de colaboração e publicação extendem-se a uma audiência de dimensão mundial (Dabbagh, 2005).
Esta partilha é suportada não só pelas ferramentas de comunicaçao que permitem que essa partilha aconteca entre as comunidades de aprendizagem, mas também por softwares livres e recursos abertos que permitem o acesso e a criação de conteúdos.
É importante realçar que as teorias acima descritas não foram radicalmente substituídas, à medida que ao longo da evolução cronológica uma nova teoria ia surgindo. A sua utilização continua a ser aceite uma vez que cada uma serve determinado propósito e circunstância específica.

Conclusão
A análise da evolução dos modelos pedagógicos associados ao ensino a distância e em particular ao e-learning, ajudam-nos a compreender a interligação entre os pressupostos pedagógicos e o desenvolvimento tecnológico. Cientes das potencialidades que representa consideramos que a tecnologia não deverá assumir um carácter determinista mas sim ser o potenciador de novas práticas que conduzam a aprendizagens eficazes e completas.
A preparação dos professores e tutores para a constante evolução é fundamental, sendo essencial que possuam um espírito de abertura e de adaptação a novas realidades onde não só ensinam como também aprendem. Estes novos desafios reflectem-se também no papel assumido pelo estudante que assume cada vez mais uma posição participativa na construção das suas aprendizagens e do seu percurso formativo, sendo simultaneamente receptor e produtor de conteúdos.

Referências Bibliográficas
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